Existe algo que explique o crescimento volumoso das fintechs?
As fintechs dominaram o mercado, mas é fundamental entender os motivos disso. Conversamos com Paulo David, CEO da Grafeno, para descobrir quais são!
ter 22 fev 2022
Uma boa ideia na cabeça e nenhum dinheiro no bolso. Este é o drama de muitas candidatas a startups – acredita-se que mais de 70% das startups não chegam à rodada de investimentos conhecida como Series A, que é a primeira etapa de captação da chamada seed (semente, em português).
Muitas delas não vingam por falta de planejamento e de capacidade de se mostrarem viáveis e escaláveis aos investidores. Quem quer lutar para se desenvolver deve cumprir essa primeira etapa. Isso é crucial para o florescimento dos negócios.
Para entender melhor, é preciso lembrar que, mesmo que tenha tido o apoio inicial de um investidor anjo para testar sua tese e desenvolver um Produto Mínimo Viável (MVP), uma startup precisa captar recursos para manter a operação funcionando. E isso, geralmente, é feito em várias rodadas (séries) de investimentos, a depender do estágio que ela se encontra e de suas necessidades e ambições.
As rodadas seed de investimento começam quando a startup busca desenvolver o MVP ao ponto de validar o produto no mercado e definir quem serão seus usuários ou consumidores, visto que isso também pode mudar ao longo do processo de amadurecimento do negócio. No Brasil, é comum as empresas captarem de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões por rodada seed.
A partir do momento em que uma startup convence os investidores de que tem um MVP e recebe alguns milhões de reais, sua missão passa a ser a comercialização do produto ou serviço e a melhoria da credibilidade da marca, ou seja, é realmente hora de o negócio crescer e de a startup finalmente assumir uma cara de empresa.
Na Series A, os investidores ainda esperam que a startup gere lucro em longo prazo. Mas ao passo que as startups vão amadurecendo, a taxa de sucesso para levantar um novo investimento decai: somente 3% das empresas conseguem viabilizar um investimento Series E.
O investimento Series B propõe escalar o negócio, ajudando a startup a expandir seu alcance de mercado, aprimorar processos, contratar gente nova e, talvez, comprar outras empresas.
Isso pode acontecer também na etapa Series C, porém aqui a meta é lançar a empresa no mercado internacional.
Os dados do mercado brasileiro, entre 2011 e 2020, mostram o quanto é difícil ganhar musculatura: cerca de 75% das startups não chegam a um Series A e, das mais de mil captações que ocorreram nos estágios pré-seed e seed nesse período, só 281 passaram pelo primeiro gap e atingiram esse estágio A.
O funil é cruel. Segundo o levantamento, realizado por uma comunidade brasileira de startups, a taxa de sucesso dessas empresas em cada estágio de captação fica entre 30% e 50%. Das 281 startups que levantaram um Series A, apenas 102 captaram um Series B (menos de 10% das startups brasileiras chegaram em um Series B, corte de mais de 90% nas duas primeiras fases).
“Na etapa de captação para um Series A, ainda se tem muito espaço para o risco. Ainda é um momento para testar e fazer mudanças. Você sabe algumas coisas para justificar essa rodada, mas se pensar na trajetória como um todo, ainda é pouco”, admite Eduardo Campos, cofundador e CEO da Yuca, startup de moradia que oferece aluguel descomplicado de apartamentos prontos para morar. A proptech acabou de passar pela rodada, e Campos falou sobre isso no podcast Sala de Negócios, da Mazars.Segundo ele, este é mesmo o momento de descobrir novos nichos possíveis e até de pivotar o foco do produto. “Não à toa, os fundos de venture capital recomendam captar um pouco mais do que você precisa de fato e guardar uns 20% da rodada para um dia de chuva”, atesta.
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