Como investir em startups

Como investir em startups

ter 05 abr 2022

Já pensou em investir em uma startup? Quanto é necessário para isso? Ao contrário do que se pensa, não é preciso ficar rico antes de pensar em investir em um ativo desses. “Com pouco recurso, é possível ter uma estratégia de portfólio. A partir de R$ 2.000 já dá para investir”, garante Diego Perez, CEO da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e fundador da plataforma SMU, que democratiza o investimento em startups em equity crowdfundings.

Em conversa no podcast Sala de Negócios, da Mazars, Perez adverte, no entanto, que este é um investimento de alto risco. “Não tem nenhuma garantia de que o negócio vai dar certo e, se der, de que ele trará retorno financeiro.

Além disso, também não há uma probabilidade atestada de que esse retorno será grandioso”, explica. De acordo com Perez, a taxa de empresas que “dão muito certo” e resultam em retorno exponencial é de 1 a cada 100. A porcentagem de startups “que dão certo” é de 10%.

É mesmo essa possibilidade de dimensão gigantesca de crescimento de algumas startups – as chamadas unicórnios – que aguça os investidores. O Brasil já tem 11 empresas assim. Há umas poucas que aumentam 20 vezes seu tamanho de um ano para o outro. “Se o investidor pulveriza seu capital em várias startups, uma que dê certo justifica todo o investimento”, comenta Perez.

“Os investidores de crowdfunding são pessoas comuns, relativamente sofisticadas, mas não é o ‘faria limer’. São profissionais liberais que não têm tempo para acompanhar o mercado o dia todo, e por isso buscam startups conectadas à sua área de conhecimento”, afirma.

Perez explica que o investidor da SMU – uma comunidade de mais de 30 mil cadastrados – recebe muitas informações, para entender o mercado e entender que se trata de um investimento de longo prazo (de três a seis anos). O ciclo de investimento em uma startup pode chegar a dez anos. “A maioria não está familiarizada, mas a gente busca educá-los”, diz Perez.

Solo fértil

É inegável que o crescimento das startups no Brasil tem sido assombroso, na esteira de uma sociedade cada vez mais digital e, paradoxalmente, cheia de problemas de operação e funcionalidades. Há pouco mais de 13.600 empresas de tecnologia no país e, muitas delas foram criadas e impulsionadas entre 2020 e 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Startups.

Ou seja, o país acaba sendo o cenário perfeito para soluções inovadoras e tecnológicas típicas de uma empresa disruptiva em todas as áreas, de finanças e RH a seguros, energia, saúde, entre outros.

Segundo Diego Perez, “quanto mais problemático, mais fértil o terreno para uma startup. Além disso, existe muito capital ainda para essas empresas”.

No Brasil, o crowdfunding de investimento foi destravado somente em 2014. Em julho de 2017, ganhou uma regulamentação específica, que lhe deu mais segurança e transparência.

Para garantir segurança, por exemplo, o montante total aplicado por investidor não pode ultrapassar R$ 10 mil por ano-calendário (considerando todas as plataformas registradas na CVM). Se quiser investir mais, o interessado deverá assinar uma declaração de que o valor investido não afeta seu patrimônio líquido em mais de 10% ou que não ultrapassa 10% de sua renda bruta anual.