Os desafios de crescer no mercado de salões de beleza

Os desafios de crescer no mercado de salões de beleza

ter 10 jan 2023

Beleza é uma característica ou um conjunto de características que são harmoniosas e agradáveis à vista, embora seja variável conforme a cultura: o que é belo para um grupo social pode ser desagradável aos outros.

Sócrates, um dos três principais pensadores da Grécia Antiga, dizia que o belo era uma espécie de concordância dos olhos com os ouvidos, ou seja, que o belo acontece através dos sentidos sensoriais. É essa percepção, que mexe com a autoestima das pessoas, que está em jogo no mundo da moda, dos cosméticos e no mercado dos salões de beleza.

O podcast Sala de Negócios, da Mazars, teve a oportunidade de conversar sobre isso com Walter Filho, CEO da Walter’s Coiffeur, empresa pioneira em salões de beleza, fundada pelo pai dele na década de 1960, no Rio de Janeiro. Depois de mais de 60 anos de história no mercado de beleza do Rio, a rede tem 14 unidades e se expande por meio de franquias.

Perfil de gestão em um setor de alta competitividade

Montagem, contratação e treinamento são pontos de atenção na montagem de um salão rentável. “O salão de beleza tem muitas características peculiares e foge um pouco do varejo tradicional. A gente vende produtos que representam de 5% a 10% da receita total e tem o serviço, que é prestado por profissionais em parceria com o salão. O gerente precisa ser diferenciado, porque precisa ter habilidades relacionais, de vendas e de varejo”, enumera Walter Filho.

O equilíbrio emocional do gestor é só um dos desafios de um negócio que se mostra na frente de muitas pessoas ao mesmo tempo. “A gente criou a Universidade da Beleza, na qual a gente traz periodicamente líderes e profissionais de muito sucesso para desenvolver o nosso time, da pessoa que limpa o salão ao profissional mais sênior que temos”, conta. A missão é passar a todos eles que devem dar o melhor de si a todo tempo.

Até porque a Walter’s Coiffeur precisa se diferenciar em um mercado altamente adensado. O mercado de salões de beleza é o segundo com maior número de empresas ativas, com mais de 790 mil empreendimentos, e um dos três que mais abrem CNPJ no Brasil, de acordo com a plataforma Mapa de Empresas, do Ministério da Economia.

Formado por cabeleireiros, manicures e pedicures, o setor abriu mais de 11 mil negócios somente em junho de 2022. De 2020 para cá, foram mais de 343 mil estabelecimentos abertos no Brasil, que hoje tem o quarto maior mercado consumidor do mundo nessa área de salões de beleza.

Ciclo de abertura e fechamento é grande no mercado de salões de beleza

O problema é que esse mercado é gerido, em geral, pelo dono do empreendimento. É o próprio profissional autônomo quem coloca a mão na massa e busca mais qualificação e conhecimento para tocar a micro ou pequena empresa.

“Mais de 80% dos salões são geridos pelos donos. Hoje, no Estado do Rio de Janeiro, são 25 mil salões. No Brasil, a maior rede tem 50 unidades. É um dos poucos segmentos econômicos do País que não tem grandes players. Isso traz uma estagnação de crescimento. O profissional não consegue tempo para evoluir, mas precisa ter uma gestão eficiente para ganhar escala. Isso explica por que na mesma medida em que surgiram 300 mil salões na pandemia, no pós-pandemia fecharam 300 mil, segundo a Associação Brasileira de Salões de Beleza”, comenta Walter Filho.

Segundo ele, o grande problema é que o cabeleireiro ainda não consegue fazer uma boa gestão do negócio com a mesma excelência que cuida das madeixas de suas clientes.

Confira abaixo o episódio completo do podcast.