Fintechs começam a pulverizar o crédito B2B atendendo a Pequenas e Médias Empresas brasileiras

Fintechs começam a pulverizar o crédito B2B atendendo a Pequenas e Médias Empresas brasileiras

ter 04 abr 2023

O micro, pequeno e médio empresário sabe que conseguir abastecer o estoque e ter capital de giro ou fluxo de caixa contando com boas taxas de financiamento e bons prazos de pagamento é essencial, mas que nem sempre ele encontra as melhores condições comerciais no mercado tradicional. Esse nicho, que corresponde a quase 30% do PIB e a mais de 50% dos empregos com carteira assinada do Brasil, é mais informal e está menos acostumado a tratar de linhas de financiamento com os bancos convencionais.

É nesse espaço que as fintechs de crédito B2B começaram a operar. Em 2021, 19% dessas startups atendiam exclusivamente pessoas jurídicas. Segundo pesquisa realizada pela consultoria McKinsey junto às principais instituições financeiras do País, elas financiaram 9% das empresas brasileiras.

O desafio, portanto, é incluir esse conjunto de empresas no mercado de crédito B2B que, para se ter uma ideia de tamanho, movimentou R$ 12,7 bilhões em financiamentos concedidos a pessoas físicas e jurídicas ao longo de 2021, o que representa quase cinco vezes mais do que em 2019 (cerca de R$ 2,6 bilhões).

A procura por crédito das pessoas jurídicas cresceu 46% de 2020 para 2021, em grande parte concedido por essas fintechs, indica a 2ª edição da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital, divulgada pela PwC Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD).

Sobre o tema, o podcast Sala de Negócios desta semana ouviu Francisco Pereira, fundador e CEO da Trademaster, startup que se especializou na concessão de crédito B2B. “Essa parte muito significativa da economia é marginalizada nas decisões de crédito. O espaço para crescer é gigantesco”, admitiu.

Democratização do crédito B2B

A pulverização das opções de crédito B2B no Brasil veio baseada na capacidade das fintechs de crédito entenderem melhor as especificidades das PMEs e de criar condições de atendê-las, e a combinação dos avanços regulatórios com o aumento da competição, a evolução do open finance e a adoção dos meios digitais pelos consumidores impulsionam esse mercado a ponto de, em 2022, o número de startups de tecnologia com foco na concessão de empréstimos ter aumentado 42%, fechando o ano com 105 empresas do tipo.

A pesquisa da PwC aponta que as carteiras das fintechs voltadas a empresas registraram alta de 430%, sobretudo no financiamento de veículos (27% do total).

“Na verdade, a história dos pequenos e médios empresários com o crédito não é boa, até pelo histórico ruim de relacionamento com os bancos. [Para esses,] Quando a gente fala de crédito, geralmente está falando de algo que não deu certo e por isso precisa de dinheiro. Mas o que de verdade ele precisa é de prazo, que é uma relação muito diferente, que os bancos não entendem”, conta Pereira. “É uma relação diferente, atrelada à cadeia de distribuição, muito mais do que ‘atacar’ o core da empresa”, completa.

Menos burocrático

A forma de tomada desse crédito é diferente, menos burocrático ou demandante de tempo. A ideia é garantir mais prazo para o negócio vender mais. O varejista passa a contar com limite de compras pré-aprovado pelos parceiros conveniados para comprar a prazo.

Para operacionalizar isso, a Trademaster embute no ERP do fornecedor a opção de prazo ou um limite adicional. “É tão simples como se estivesse usando uma maquininha virtual de cartão”, explica Pereira.

Confira abaixo o episódio completo do podcast Sala de Negócios:

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