O avanço regulatório em sintonia com a sustentabilidade no Mercado Financeiro brasileiro

O avanço regulatório em sintonia com a sustentabilidade no Mercado Financeiro brasileiro

seg 18 mar 2024

A Resolução CVM 193/23 vem destacar o compromisso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com a promoção de práticas de sustentabilidade no mercado financeiro brasileiro. Esta iniciativa representa um marco importante na conscientização e responsabilização das empresas de capital aberto em relação a questões ambientais, sociais e de governança (ESG).  

Em um contexto global onde a sustentabilidade se torna cada vez mais relevante, essa resolução reforça a importância de considerar tais aspectos não apenas como uma tendência, mas como uma necessidade imperativa para o sucesso empresarial a longo prazo. 

Incorporando a sustentabilidade na estratégia corporativa do mercado financeiro

Uma das principais diretrizes estabelecidas pela Resolução CVM 193 é a obrigatoriedade de as empresas incorporarem a sustentabilidade em suas estratégias de negócios. Isso implica não apenas em divulgar informações relacionadas aos riscos e oportunidades ESG, mas também em adotar medidas concretas para mitigar tais riscos. Dessa forma, a resolução visa não apenas promover a transparência, mas também incentivar a implementação de práticas empresariais mais éticas e responsáveis. 

Além disso, a resolução estipula a divulgação de um relatório anual de sustentabilidade, sujeito à análise de uma auditoria independente. Esse relatório não apenas fornece uma visão clara do desempenho da empresa em relação aos temas ESG, mas também garante a veracidade das informações apresentadas. Essa exigência não apenas reforça a transparência, mas também aumenta a confiabilidade dos dados fornecidos aos investidores e à sociedade em geral. 

Estímulo à governança e responsabilidade corporativa 

Outro aspecto fundamental da Resolução CVM 193 é o estímulo à governança corporativa, incentivando a adoção de práticas transparentes e éticas. Isso se reflete na criação de comitês de sustentabilidade, compostos por membros do conselho de administração, representantes dos acionistas e especialistas no assunto. Esses comitês desempenham um papel crucial na avaliação e acompanhamento das ações e políticas relacionadas às questões ESG, garantindo uma abordagem multidisciplinar e uma tomada de decisão mais informada e responsável. 

Promovendo a sustentabilidade nos mercados financeiros 

A Resolução CVM 193/23 marca um avanço significativo no cenário regulatório brasileiro, alinhando-o com as demandas crescentes por sustentabilidade no mercado financeiro global. Ao estabelecer diretrizes claras e exigências transparentes, essa resolução não apenas fortalece a governança corporativa, mas também promove uma cultura de responsabilidade e transparência entre as empresas de capital aberto no Brasil. 

A obrigatoriedade de divulgação de informações ESG não apenas fornece aos investidores dados mais confiáveis e transparentes, mas também incentiva as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis em suas operações e estratégias de negócios. Além disso, ao aplicar-se não apenas a companhias listadas, mas também a fundos de investimentos e securitizadoras, a resolução amplia seu impacto e relevância, exigindo uma atenção ainda maior por parte dessas entidades em relação às suas práticas ESG. 

Vale ressaltar que além, da publicação desta norma, a CVM prepara, ainda para o ano de 2024, a edição de novas normas com o objetivo de se adequar ao padrão internacional de normas contábeis IFRS S1 e S2, para o qual deverá emitir consultas públicas tratando dos requerimentos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade (S1) e divulgação relacionada ao clima (S2). 

Em suma, a Resolução CVM 193 representa um primeiro passo na promoção da sustentabilidade no mercado financeiro brasileiro, demonstrando o compromisso da CVM em estimular práticas empresariais mais responsáveis e alinhadas com as demandas da sociedade e do meio ambiente. Ao incentivar a transparência, responsabilidade e governança corporativa, essa resolução não apenas beneficia os investidores e as empresas, mas também contribui para um desenvolvimento econômico mais sustentável e equitativo a longo prazo. 


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