Como lidar com a proteção de dados na era da Inteligência Artificial? 

Como lidar com a proteção de dados na era da Inteligência Artificial? 

qui 14 set 2023

“A informação é a chave para o conhecimento e o uso adequado dos dados é o segredo para se ter boas informações.” 

Tal afirmação e suas variações, têm sido propagadas por renomados profissionais e especialistas em Segurança da Informação e Segurança Cibernética no mundo todo. Isso reforça a necessidade de que empresas e pessoas reconheçam o valor e a importância da proteção de dados, que atualmente figura como um dos mais importantes ativos que angariam durante a vida de execução de suas atividades produtivas. 

Informar, conscientizar, capacitar e incentivar pessoas e empresas a perceberem, controlarem e protegerem seu patrimônio de dados e o quanto esses ativos estão preservados, tem sido, nos últimos 20 anos, o grande desafio da evolução da maturidade para a governança da segurança da informação.  

Proteção de dados x Inteligência artificial

Com a popularização e o crescente uso das plataformas de inteligência artificial, que vêm se mostrando capazes de aprender hábitos, atividades e até processos de negócio, por exemplo, só aumentam os desafios em relação a proteção de dados. 

Essas ferramentas possuem grande volume e diversidade de dados imputados pelas mais diversificadas fontes que acessam e utilizam os dados corporativos e pessoais nas atividades do dia a dia. 

A capacidade de coletar, analisar, interpretar e armazenar, de forma consolidada e indexada, todos os dados fornecidos, direta e indiretamente, sem controle ou avaliação de propriedade ou de valor, por diferentes fontes, de diferentes origens e em diferentes situações e momentos, permite que as plataformas de Inteligência Artificial possam ser utilizadas como gigantescas fontes de coleta e de vazamento de todo e qualquer tipo de informação por falta de práticas que asseguram a proteção de dados. 

Soluções de IA vem sendo disponibilizadas e utilizadas no mercado sem muita preocupação sobre quem são os mantenedores da plataforma, quais os propósitos e as bases de critérios de relacionamento de dados e de aprendizagem, onde e como os dados coletados estão sendo armazenados, qual a origem e se existem mecanismos de proteção de dados. 

Pessoas com as mais diferentes características de vida, em nome do próprio interesse em simplificar suas atividades, têm fornecido dados, por vezes sensíveis, e interesses pessoais, para revisão e ajuste pelas plataformas de inteligência artificial sem se preocuparem com a propriedade dos dados fornecidos, a forma de armazenamento, o destino deles e a proteção de dados. 

“Evangelização” das pessoas e empresas quanto a proteção de dados

Nunca foi tão importante a “evangelização” das pessoas e empresas quanto a proteção de dados, a identificação, classificação e avaliação do custo x benefício em fornecer os dados que possuem em troca da economia de atividades e tempo. 

Criar técnicas para identificar, autenticar e validar a idoneidade de seu interlocutor, principalmente se ele for digital, pode ser um dos caminhos para conseguir avaliar o real propósito de coletar ou fornecer dados para que uma plataforma possa te apoiar em algo que você pediu sem colocar em riscos essas informações. 

O que move a evolução da humanidade não são as respostas dadas, mas sim as perguntas que realizamos, pois nelas está implícito o verdadeiro propósito do conhecimento desejado.  

Pensando desta forma, qual o volume e a qualidade de informação que uma plataforma de IA consegue obter colecionando endereços IP, logins, cookies e outros rastros digitais dos perguntadores e das perguntas que realizam?  

A formação da cultura da proteção de dados, a homologação e a regulamentação do uso das plataformas de IA nos ambientes corporativos precisa ocorrer antes que o segredo de muitos negócios e os dados pessoais de pessoas sejam tornados público por meio de perguntas, imagens e documentos fornecidos espontaneamente para as mais diversas plataformas de IA sem muita preocupação sobre riscos. 


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Autor

André Luis Regazzini, gerente de Consultoria em Proteção de Dados da Mazars. 

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